terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Arte do CRIA encontra cultura ancestral do Curuzu

O Terreiro Vodun Zo, localizado no bairro do Curuzu, foi "palco" para  apresentação do espetáculo Quem me ensinou a nadar, do grupo Iyá de Erê, no dia 1º de dezembro. 

Os jovens do CRIA foram recebidos pelo Doté Amilton, líder religioso responsável pelo espaço que está sempre com as portas abertas para a comunidade localizada em um dos maiores redutos negros de Salvador.

"A cultura deve ser apreciada, a cultura educa. E nós precisamos ser educados". As palavras do pai de santo precederam a apresentação que foi assistida por um grupo de alunos da Escola Celina Pinto, além de frequentadores do templo religioso e moradores da comunidade. 

O dia foi especial não apenas para os jovens do CRIA, como também para os representantes da COSPE - Cooperação para o Desenvolvimento dos Países Emergentes, Leonardo di Blanda e Eleonora Migno, que ficaram bastante comovidos vendo a peça. A entidade é parceira técnica do projeto A Arte de ver Cidades.

"Para mim foi como conhecer uma verdade que só conhecia pelos livros. No meu país, tem problemas de drogas, tráfico de pessoas, violência contra as mulheres e jovens que não querem viver a comunidade", disse Eleonora ao identificar na peça temas comuns ao Brasil e à Itália.

O coordenador Leonardo também fez seu relato durante o bate-papo. "Já vi a peça em outros lugares e vendo agora nesta linda casa me emociona e arrepia. As temáticas e debates são muito importantes, pois são sensíveis. Obrigado por permitir vivenciar tudo isso".

"Achei que me ensinou bastante, principalmente a não seguir o caminho errado para ser atriz", disse a estudante Kate. O jovem dinamizador Wesley, que faz parte do elenco da peça, também compartilha dessa mesma ideia. "Nossa intenção é tocar vocês e fazer com que vocês se percebam através do espetáculo".

A professora Samanta também ressaltou sua admiração pelos assuntos abordados na encenação. "O espetáculo traz cidadania, luta pelos direitos, representação da mulher negra na sociedade, músicas do Ilê Aiyê e do Olodum. É um momento cultural e o acesso à cultura é muito difícil pra gente", disse a professora.

Para saber mais sobre o projeto A Arte de ver cidades clique aqui.



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