O CRIA entende que para fortalecer seu trabalho
voltado para os jovens é fundamental a participação das famílias. E como acontece em todo o início de ano, foi realizado, no dia 19 de janeiro, um encontro com as famílias dos novos integrantes que vão fazer parte dos grupos Chame Gente e Iyá de Erê, a partir de 2015.
Sara Assumpção é mãe do jovem João Vitor, 16, que acaba de passar pelo processo de identificação para participar do grupo Chame Gente. Ela fez questão de estar presente ao encontro para saber mais sobre o ambiente que seu filho vai frequentar nos próximos meses, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, já que eles moram em Pau da Lima. "É uma coisa que ele quer fazer e eu como mãe me sinto na obrigação de apoiá-lo".
Raiane Vitória, 12, moradora do bairro Santa Cruz, vai fazer parte do grupo Iyá de Erê pela primeira vez e veio acompanhada do pai Cupertino Lacerda. "Ela falou comigo e eu aceitei que ela participasse de identificação. Estou gostando de conhecer a equipe", diz sobre estar participando do encontro. "Ela estuda na Hora da Criança, já tem uma base de teatro e de dança que aprendeu na escola e agora passou pra entrar aqui. Então, eu apoio ela". Raiane diz ter gostado de participar da identificação e mais ainda de ter entrado para o CRIA. "Foi ótimo o modo como vocês trataram a gente. Eu fiquei feliz quando soube que eu ficar".
Evaldo e Fernanda: diálogo contínuo com as famílias tem que existir |
Os arte-educadores e assistentes de direção Fernanda Silva (Chame) e Evaldo Maurício (Iyá) reforçaram a importância da formação conjunta ao longo do ano para que as famílias dialoguem diretamente com o CRIA. Para Evaldo, "essa garra, esse comprometimento, esse contato tem que se fazer presente nas formações".
Tripé família, jovem e comunidade
Durante o encontro, a diretora de Artes do CRIA e do Iyá, Carla Lopes, o diretor Romilson Freire, do Chame, e o Coordenador da Equipe Multidisicplinar, André Araújo, estiveram ali esclarecendo sobre o Programa de Formação para Cidadania desenvolvido pelo CRIA e as atividades que os jovens irão realizar, como por exemplo, frequentar os ensaios duas vezes na semana, participar do Espaço de Linguagem e Expressão (ELE) uma uma vez na semana e a ajuda financeira para alimentação e transporte, além é lógico, da importância da proximidade com as famílias durante todo o processo de formação.
Os
jovens receberão cartas convidando as famílias para participar de momentos de
formação que vão acontecer no mínimo, cinco vezes no ano. A ideia é aproximar
as famílias de temáticas que vão ser trabalhadas com os jovens. O coordenador André cita como
exemplo o genocídio da juventude negra. “É um assunto que é discutido com os
jovens, mas que tem que ser discutido com as famílias também, pois a família
tem que entender como ela pode trabalhar uma cultura de não
violência”.
Romilson, Carla e André ao fundo, lado esquerdo, e as famílias |
Ele explica que o CRIA também busca envolver outros atores sociais,
como a escola, o centro comunitário e outros grupos que dos quais o jovem participa na
comunidade. “A gente tenta fortalecer esse triângulo, formado pela família, o jovem no CRIA e outros espaços que o jovem ocupa dentro da comunidade dele. Trabalhando com isso há 20 anos, a gente já entendeu que só vai conseguir alcançar isso se todos somarem e se fortalecerem”.