A conversa
começa boa. Ele (estrangeiro) fala para ela (baiana moradora do centro de
Salvador e vive com dificuldades financeiras) sobre as maravilhas da Europa e
como as pessoas conseguem dinheiro fácil, principalmente quando são modelos. A
moça se impressiona com os valores e o glamour de ter carros, uma casa, a vida
em outro país e, principalmente, a capacidade de ajudar mais a família se
estiver em outro continente. Meses depois, a menina que ouviu todo aquela
conversa poderá ser exploradas nas ruas das principais capitais européias.
Esse é só um exemplo de muitos casos que já aconteceram e acontecem nas ruas de Salvador, principalmente no Centro Histórico. São meninos e meninas de 15, 16 anos que se deslumbram com essa ilusão e acabam se transformando em escravos sexuais. O tráfico de pessoas é uma das modalidades criminosas mais rentáveis do mundo e, perde apenas, para o tráfico de drogas, seguido do tráfico de armas. Pesquisas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), afirmam que 2,4 milhões de pessoas e rende mais de U$ 30 bilhões de dólares por ano para aos traficantes. Esses números são divididos entre a exploração sexual, escravidão e remoção de órgãos.
A data que marca o Enfrentamento ao Tráfico de Mulheres e Crianças é o dia 23 de setembro.
O CRIA trabalha
para a garantia dos direitos humanos e desde de 2010 faz parte do Comitê Estadual
de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (CEPETP). Ir além das
discussões sobre o assunto é importante, principalmente, pela proximidade de
casos semelhantes aqui no Pelourinho e nas comunidades onde moram os jovens do
CRIA. “Quando conversávamos com os meninos, eles falavam de vários casos que
aconteciam nos bairros deles”, comenta a Coordenadora da Área de Direitos Sexuais e Reprodutivos, Irene
Piñeiro.
Segundo Irene, a partir daí os trabalhos para compreensão do tema foram importantes para “ensinar a aprender a lidar com a situação”. “Nossos jovens são interlocutores e eles é que conversam com as comunidades”, declara.
Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas
Em março de 2011, o CRIA passou no processo seletivo para integrar o Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (CEPETP), no biênio de 2011-2013. O grupo tem como objetivo de elaborar e monitorar Plano Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (PEPETP). Coordenadora da Área de Direitos Sexuais e Reprodutivos, Irene Piñeiro, é a representante do CRIA no comitê.
Quem Me Ensinou a Nadar?
O
CRIA se expressa contra essa violência da forma que melhor sabe fazer: com arte, teatro e beleza, através do espetáculo
Quem Me Ensinou a Nadar?. A peça conta a rotina de mulheres que lutam para criar e cuidar de seus filhos que inventam mundos e brincadeiras. Em meio a esse turbilhão de fatos, uma garota se vê próxima a um perigo que pode atingir todos ao seu redor. Quem contracena a montagem, dirigida por Carla Lopes, é o grupo
Iyá de Erê.
O CRIA vai continuar a lutar pelos direitos humanos.
Então, nesse dia 23 de setembro e durante todo o ano, reforçamos a luta contra o tráfico de pessoas e toda violação de direitos.