quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Circuito Comunitário 2014 leva espetáculos para bairros de Salvador

Chama Gente apresenta Pra lá de tempo em escola na comunidade Marechal Rodon
O CRIA segue a todo vapor com o Circuito Comunitário, ação que leva apresentações dos espetáculos Quem me ensinou a nadar? e Pra lá de tempo para espaços dentro das comunidades de Salvador, como escolas, associações, teatros e sedes de projetos sociais. A edição 2014, iniciada em abril com duas apresentações no Largo Pedro Archanjo, no Pelourinho, foi retomada no mês de outubro e já passou pelos bairros São Tomé de Paripe, Ribeira, Marechal Rondon e Canabrava. 

Na última quarta-feira, 29.10, foi a vez dos alunos da Escola Estadual Artur de Sales, em Marechal Rodon, receberem a apresentação do espetáculo Pra lá de tempo, do grupo Chame Gente. A iniciativa de levar a peça foi da estudante da escola Luciana Reis, jovem dinamizadora do CRIA. Para ela, a montagem fala de assuntos que tem a ver com a realidade dos alunos. "A minha escola tem grêmio, na comunidade está tendo extermínio da juventude negra e muitas outras coisas que estão de acordo com a peça", afirma Luciana.

Prá lá de tempo fala das realidades do dia a dia vividas nas comunidades e que provocam manifestações de rua que ligam a juventude de ontem e de hoje numa luta contínua pelos seus direitos. Mas, assim como o espetáculo, o dia a dia da escola também tem aspectos positivos, como sarau e música, de acordo com a jovem. "O circuito comunitário é muito legal porque os professores gostam de teatro e podem assistir a peça aqui".

O professor de arte-educação Dionei Santos Reis elogiou bastante o conteúdo e o desempenho do grupo. "O texto é maravilhoso, muito bem escrito. Fiquei impressionado com a interpretação e a emoção que foi passada. Nada melhor do que jovens pra falar de temas do universo dos próprios jovens", afirma o professor.

A aluna da escola, Aiana, 16, disse que se identificou com um dos temas tratados na peça, o do preconceito racial. "Aqui na escola eu estava fazendo um trabalho sobre racismo e sobre a diferença na forma que as pessoas tratam brancos e negros, por isso me identifiquei", disse a aluna. O Circuito Comunitário prossegue até o início de dezembro.


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