sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Segunda semana do Circuito Comunitário atrai mais de 500 pessoas

“Quem me Ensinou a Nadar?” é um espetáculo apresentado pelo grupo Iyá de Erê, do CRIA, que retrata a história de muitas famílias do Pelourinho. São mães solteiras, mães de criação, crianças abandonadas, pescadores, capoeiristas e músicos que vivem no Pelô. Um exemplo é a personagem Detinha, uma senhora de 50 anos que é lavadeira, passadeira, cozinheira, benzedeira, rezadeira, enfermeira e parteira, e cuida de crianças abandonadas como seus filhos.

A peça apresenta manifestações da cultura negra como a capoeira, o candomblé e o samba, mas alerta para grandes perigos aos quais muitas pessoas estão expostas, principalmente mulheres e crianças: o abuso sexual e o tráfico de seres humanos.
Cerca de 500 jovens adolescentes, alunos de escolas públicas de Salvador, com idade entre 11 e 17 anos, assistiram o espetáculo do Iyá de Erê durante os dois dias de apresentações realizadas no Circuito Comunitário da Mostra de Artes Cênicas A Cidade CRIA Cenários de Cidadania, que aconteceram no Cine Teatro Solar Boa Vista nos últimos dias 15 e 16.

Para o jovem Gilvam Carvalho, 14 anos, da Escola Municipal Maria Felipa, a peça foi legal. “Gostei porque ela falou sobre o tráfico de pessoas, sobre os negros e o Pelourinho. Gostei muito do Bombinha (personagem da peça) porque ele se parece muito com uns amigos meus”.



Os grupos de teatro do Centro de Referência Integral de Adolescentes são formados por adolescentes com a mesma faixa etária dos estudantes que participam da platéia do Circuito Comunitário. Para montar a peça “Quem me Ensinou a Nadar?” os jovens do CRIA fizeram uma grande pesquisa sobre a comunidade do Pelourinho.

“Para compor meu personagem eu fiz uma homenagem ao meu mestre de capoeira, que é conhecido em todo Pelourinho, Vevéu do Samba”, diz Evaldo Maurício, integrante do elenco do Iyá de Erê.

Um dos objetivos da peça é passar para o público as informações sobre temas de grande importância social, mas de uma forma compreensível para todos. “Foi maravilhoso! As crianças tiveram outro tipo de acesso a essas informações. Na escola estamos aplicando um projeto sobre a cultura afrobrasileira e essa peça serviu como um gancho. E tem as questões sobre o abuso sexual e o tráfico de pessoas, que nós abordamos na escola, mas vendo isso aqui os alunos já pensam mais sobre isso e entendem que não é papo de professor”, diz a professora Jéssica Soares.

Para o professor de capoeira Sandro Alex, que levou seus alunos para asisstir o espetáculo, os jovens do grupo Iyá de Erê estão de parabéns. “Muito boa essa peça. Vamos fazer um trabalho de orientação dos alunos sobre essa temática de tráfico humano, porque é uma realidade e é muito importante alertar os jovens sobre isso.”    

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