O tratamento dado aos movimentos sociais pela mídia foi tema do seminário “Criminalização de ONGs e Movimentos Sociais no Brasil – articulando o enfrentamento coletivo”, que reuniu em Salvador na última semana representantes de organizações não governamentais, redes e fóruns da sociedade civil e movimentos sociais.
Promovido pela Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais – Abong, da qual o CRIA é associado, o evento teve como objetivo contribuir para um diagnóstico do contexto, tendo como foco o papel da mídia na criminalização das ONGs e dos movimentos.
A advogada Sara Cortês apresentou panorama histórico da criminalização. “Os negros escravizados no Brasil e que se refugiavam em quilombos já eram tratados como bandidos”, recordou, ao tempo em que explicava que o atual Código Penal ainda guarda resquícios desta época. “O crime de ‘vadiagem’ ainda está tipificado”.
Já a diretora da Abong, Taciana Gouveia, convocou os presentes a um resgate da rebeldia. “Somos considerados ‘foras-da-lei’ porque protestamos contra leis que consideramos injustas”, afirmou. “Não deveríamos nos ocupar em nos enquadrarmos na lei, mas em mudá-la”.
Durante o debate, o público sugeriu idéias para reverter o quadro. O investimento na comunicação comunitária foi um quase consenso. “Temos que criar nossos próprios canais de informação, para dar a nossa versão dos fatos”, afirmou Edmundo Kroger, diretor do Centro de Cultura Popular (Cecup).
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